quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Desesperos Noturnos


Na ânsia de todos os textos que não foram escritos, de todos aqueles que foram esquecidos. Vou dormir pensando em tudo aquilo que eu queria lembrar.  Lembrando de tudo aquilo que eu queria esquecer.  Desabafos noturnos carregam sempre a intensidade de sentimentos incontidos. As palavras simplesmente saem, assanhadas. E as coisas ficam assim, cruas, sem retoque. Porque não adianta forçar a rima ou a inspiração – isso é coisa que simplesmente acontece. Os textos só nascem por vontade própria. As palavras não precisam ser escolhidas ou procuradas – são elas que nos acham. As melhores reflexões, argumentos irrefutáveis, com escolha perfeita de palavras normalmente acontecem quando menos se espera, quando se apaga a luz, devidamente acomodado no travesseiro, longe de qualquer folha de papel. Prometo que vou lembrar na manhã seguinte! Que vou transcrever tudo aquilo que escrevi na minha mente! E tudo se perde após uma noite de sono... Meus melhores poemas nunca chegaram a ser escritos. Acho que tenho inveja de mim, por tudo aquilo que fui capaz de pensar, mas nunca consegui escrever. E eu precisava apenas de um caderno...

"...durmo, certo de que ainda há muitas histórias para serem lidas, para serem escritas, para serem lembradas. Até para serem vividas, quem sabe?"
Caio Fernando Abreu

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